A temporada anual de incêndios faz-nos pensar. Na eficácia dos governos, no poder e na fragilidade da natureza, na nossa natureza, no que temos e no que perdemos, em quantos somos, no pouco e no muito que podemos.
Já todos nos perguntámos o que levaríamos connosco se um dia víssemos a nossa casa em chamas e tivéssemos de fugir. Não é um exercício tão fútil e tão raro quanto se possa julgar. A prová-lo, se precisássemos de mais provas, temos o livro The Burning House: What People Would Take if the House Was on Fire, um ensaio fotográfico sobre aquilo que mais nos pertence.
Há alguns hipsters, gente apegada aos seus Macs e às máquinas fotográficas (ou não retratassem amorosamente aquilo de que não se querem separar), há peluches antigos, livros e roupa. Até há um português. Mas há muito mais além disso. Estes montículos pessoais, amores portáteis, falam por si.
Pus-me a pensar no assunto e, apesar de a minha biblioteca conter algumas preciosidades, acho que não levaria nada de lá. Há muito mais vida além dos livros e, felizmente, ainda vivo num mundo em que há muitos e eles são quase todos substituíveis (não é, Sr. Bradbury?).
Pus-me a pensar no assunto e, apesar de a minha biblioteca conter algumas preciosidades, acho que não levaria nada de lá. Há muito mais vida além dos livros e, felizmente, ainda vivo num mundo em que há muitos e eles são quase todos substituíveis (não é, Sr. Bradbury?).
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