A propósito de um artigo lido algures num blogue, dei por mim a recordar as minhas primeiras leituras. As primeiras foram-me feitas, claro, e delas não tenho muito mais além de vagas memórias. No percurso de autocarro até ao centro da cidade, a minha mãe entretinha-me com livros, quase sempre os mesmos. Desses, recordo os do Plum, quadrados, com páginas de cartão, de cuja colecção tinha três ou quatro títulos Os desenhos não me cansavam e o urso amarelo das histórias condizia com um boneco de peluche que tinha. (Será por isso que a minha cor preferida, no abstracto, é o amarelo?) Entre estes livros – para leitores de 2/3 anos – e os da Anita e afins – que, por essa altura, já lia sozinha –, houve dois que recordo com especial intensidade e ternura.
Um é O meu amigo elefante: viagem à Índia, repleto de aguarelas saídas de um sonho, que conta a história de um rapazinho que se despede dos pais para participar no festival anual de elefantes, em Jaipur. O exotismo da aventura e a singeleza da história são encantadores.
Outro é Tuqui Aviador, em que Tuqui, a personagem principal, compra um avião no ferro-velho e o restaura, pintando-o de amarelo (!). Tuqui é um cão, os melhores amigos um coelho e uma gata. O sucateiro é um rato e pelo meio da história há um agricultor surpreendido e uma dona de casa zangada por lhe terem levado o estendal. O cenário é totalmente campagne, o texto é em rima e fala-se em fuselagem. Foi a esta palavra que me agarrei, segundo me contam. «Ó mãe, o que é fuselagem?» E quem diz fuselagem diz outras coisas, como croissant. Terá sido por volta desta idade que comecei a descobrir o inesgotável interesse das palavras (e o apetite que algumas geram).
Em baixo fica uma amostra:
Outro é Tuqui Aviador, em que Tuqui, a personagem principal, compra um avião no ferro-velho e o restaura, pintando-o de amarelo (!). Tuqui é um cão, os melhores amigos um coelho e uma gata. O sucateiro é um rato e pelo meio da história há um agricultor surpreendido e uma dona de casa zangada por lhe terem levado o estendal. O cenário é totalmente campagne, o texto é em rima e fala-se em fuselagem. Foi a esta palavra que me agarrei, segundo me contam. «Ó mãe, o que é fuselagem?» E quem diz fuselagem diz outras coisas, como croissant. Terá sido por volta desta idade que comecei a descobrir o inesgotável interesse das palavras (e o apetite que algumas geram).
Em baixo fica uma amostra:
Curiosidade: http://www.leitura.gulbenkian.pt/index.php?area=rol&task=view&id=16840
1 comentário:
Também recordo esses livrinhos com saudade e ternura :))
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