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20.3.14

봄 여름 가을 겨울 그리고 봄

No Verão de 2013, além de ter lido O Verão de 2012, li o Consider the Lobster and Other Essays, de David Foster Wallace. Em bom rigor, acabei de ler. Já tinha começado o primeiro essay, que me parecera bom, ainda que um tudo-nada longo demais. O primeiro, felizmente, não era o melhor de todos eles, pelo contrário. Os que li depois, como Authority and American Usage, foram amplamente sublinhados e anotados. No Kindle. Ou melhor, na app Kindle do meu tablet, e em versão pirata. Up, Simba, por exemplo, foi lido de um só fôlego eufórico, com o coração aos saltos («Como é possível ser-se assim tão bom?!») em duas tardes de praia, mesmo com o reflexo do sol («sombras, preciso de sombras, óculos, chapéus, ponho-me de lado e assim consigo»). Novas notas tomadas. Quando acabei de ler o livro, decidi que iria comprá-lo em papel, para poder ressublinhar, reanotar, guardar, revisitar e emprestar. Tinha decidido o mesmo quanto a outro, que também lera e anotara uns tempos antes: Arguably, de C. Hitchens.

No Inverno de 2013, após uma actualização a contragosto, a app Kindle do meu tablet apagou todas as notas que alguma vez fizera a todos os livros que lá tinha. To-dos. Encarei-o com a equanimidade possível. Além do que, uma parte de mim sabia que o merecia por 1) ter confiado num aparelho para uma coisa tão importante e 2) ter lido versões pirata. Não voltei a cair nesse erro e não mais cairei nele no que disser respeito a obras-primas.

Na Primavera de 2014, encomendei esses dois livros de bom grado, sabendo que os relerei e conservarei com gosto. Já tenho o primeiro, o do Wallace. Além da alegria de rever um bom amigo, um bónus: Host. Um último essay que não constava do e-book por ser graficamente complexo. Que felicidade!





Ah, e antes de o reler e de o personalizar, vou dá-lo a ler a uma pessoa especial. Estive à espera do exemplar em papel, que as cumplicidades e outras coisas privadas não se partilham tão bem num tablet.

26.12.13

2013

Foi um ano de poucos posts. Quando penso nisso, sinto alguma pena, mas não dura muito outros fazem-no tão bem ou melhor do que eu, a minha freguesia, embora importante, não é muita, e, sobretudo, tenho mais que fazer. Enquanto tiver mais que fazer, os blogues ficarão para segundo plano. Em todo o caso, são projectos em curso, longe de falecidos. Como eu.
Para post de despedida calendária, um balanço, um único, que os outros são interiores, o dos livros que li em 2013 (além dos que escrevi, revi e traduzi, e não incluindo as centenas de artigos consumidos), mais ou menos por ordem de leitura:

Confessions of a Buddhist Atheist, de Stephen Batchelor (no tablet)
Berta La Larga, de Cuca Canals
O Ente Querido, de Evelyn Wagh (trad. de Jorge de Sena, com uma ou outra coisa a melhorar)
Hitch 22, de Christopher Hitchens <3 <3 (no tablet)
The Fran Lebowitz Reader, da mesma
O Sistema Periódico, de Primo Levi (com uns capítulos melhores do que outros e com um particularmente bom)
A Terra das Ameixas Verdes, de Herta Müller
Afirma Pereira, de A. Tabucchi
O Templo Dourado, de Mishima (que não li até ao fim, por já estar satisfeita)
Auto-de-fé, de E. Canetti
A Short History of Nearly Everything, de Bill Bryson (no tablet)
Consider the Lobster and Other Essays, de DFW <3 <3 <3 (no tablet)
O Verão de 2012, de  Paulo Varela Gomes
A Bíblia do Caos, de Millôr Fernandes
O Fogo e as Cinzas, de M. Fonseca
Tanta Gente, Mariana, de M. J. Carvalho
The City and The City, de China Miéville (no tablet)
Contos, vol. I, de Tchékhov (ainda por terminar, está na m-d-c, será um por noite)
A Noite e o Riso, de Nuno Bragança
Heidegger e um Hipopótamo Chegam às Portas do Paraíso, de D. Klein e T. Cathcart
Maus, de Art Spiegelman
A Livraria Noite e Dia do Sr. Penumbra, de R. Sloan
A História de Rosa Brava, de J. Régio
Both Flesh and Not, de DFW <3
A Supposedly Fun Thing I Will Never do Again, de DFW <3<3 
Peguei noutros, mas desinteressei-me e não contam.

Também na m-d-c, para terminar ou começar ainda este ano: 
Love, Poetry and War, de Christopher Hitchens <3
Em Busca do Tempo Perdido, vol. I, de M. Proust
S., de J. J. Abrams e Doug Dorst

Para o ano? Acabar o D. Quixote, que ficou a meio, a Bíblia, Rayuela (a ver se é desta que passo das primeiras páginas e avanço sem medo de ficar esmagada), Guerra e Paz, A Divina Comédia e mais uns quantos clássicos que consiga deglutir, entrecortados com disparates, para não variar. A ver se faço outra lista destas no fim, que tem graça.

Espero que tenham tido um bom Natal (com livros, além de meias e chocolates) e que 2014 vos seja leve.

17.12.12

Livros no telemóvel

Há uns anos, disseram-me que os japoneses liam livros no telemóvel. Também me disseram que os seus livros eram impressos em papel de jornal e que os deitavam fora depois de os ler ou que os largavam algures num sítio público. Apegada que sou aos objectos, fiquei espantada, mas lá acreditei, por já conhecer a sua falta de espaço em casa e o seu desprendimento e sentido prático (para algumas coisas). Agora aquela do telemóvel é que eu não engolia. Era invenção. Eu, no meu pequeno ecrã verde com letras pretas aos cubinhos, pouco mais lia do que três linhas de SMS de cada vez como seria possível ler um livro ali? E como funcionaria? Pagava-se a uma entidade que nos ia enviando parágrafos em SMS? A caixa de mensagens não ficaria cheia?
O engano foi-se desfazendo devagar, aos bocadinhos, e lá fiquei a saber como era. Hoje, a pensar no que tinha lido neste ano que termina, apercebi-me de que li no telemóvel, entre metro e salas de espera, um livro que em papel tem 800 páginas, um outro de 500, indo a 20% de um terceiro, de 500. Não restam dúvidas, vivo no futuro.