Há uns anos, disseram-me que os japoneses liam livros no telemóvel. Também me disseram que os seus livros eram impressos em papel de jornal e que os deitavam fora depois de os ler ou que os largavam algures num sítio público. Apegada que sou aos objectos, fiquei espantada, mas lá acreditei, por já conhecer a sua falta de espaço em casa e o seu desprendimento e sentido prático (para algumas coisas). Agora aquela do telemóvel é que eu não engolia. Era invenção. Eu, no meu pequeno ecrã verde com letras pretas aos cubinhos, pouco mais lia do que três linhas de SMS de cada vez — como seria possível ler um livro ali? E como funcionaria? Pagava-se a uma entidade que nos ia enviando parágrafos em SMS? A caixa de mensagens não ficaria cheia?
O engano foi-se desfazendo devagar, aos bocadinhos, e lá fiquei a saber como era. Hoje, a pensar no que tinha lido neste ano que termina, apercebi-me de que li no telemóvel, entre metro e salas de espera, um livro que em papel tem 800 páginas, um outro de 500, indo a 20% de um terceiro, de 500. Não restam dúvidas, vivo no futuro.
O engano foi-se desfazendo devagar, aos bocadinhos, e lá fiquei a saber como era. Hoje, a pensar no que tinha lido neste ano que termina, apercebi-me de que li no telemóvel, entre metro e salas de espera, um livro que em papel tem 800 páginas, um outro de 500, indo a 20% de um terceiro, de 500. Não restam dúvidas, vivo no futuro.
1 comentário:
Já agora, vale a pena referir que no Japão (e não só) também existe um (pseudo) sub-género literário de livros escritos em telemóveis. Ver http://en.wikipedia.org/wiki/Cell_phone_novel
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